A alta das commodities e a possível retirada da taxa de importação

A decisão sobre a retirada de TEC será tomada após reunião dia 23 de setembro
Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM
04/09/2020 | 122

A alta das commodities e a possível retirada da taxa de importação

A decisão sobre a retirada de TEC será tomada após reunião dia 23 de setembro
Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM
04/09/2020 | 122

Ganhou espaço na imprensa especializada nos últimos dias, a retirada da Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de três importantes produtos no Brasil: a soja, o milho e o arroz. O motivo, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), são os preços recordes registrados nas últimas semanas para ambas as commodities e o receio de desabastecimento interno. Algumas entidades se posicionaram contra a retirada de taxas de importação para países de fora do Mercosul. 

 

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), por exemplo, informou que o setor produtivo rejeita a possível isenção da tarifa para o arroz importado. Os preços mais altos pagos para os produtores faziam parte de uma reivindicação antiga dos orizicultores no estado gaúcho, maior produtor nacional do cereal. Agricultores alegavam que os valores praticados nos últimos anos não cobriam sequer os custos de produção.

 

A decisão oficial sobre a retirada ou não da TEC deve ser divulgada após reunião marcada para acontecer ainda em setembro. “2020 está sendo um ano atípico para o arroz brasileiro. Além da pandemia e das grandes exportações, o produto começou a ter valorização no mercado interno. Com a pandemia, houve um aumento da procura nos supermercados que fez com que o medo de faltar produtos básicos fizesse com que muitas pessoas estocassem esses produtos em grandes quantidades”, Giuliano Ferronato da Mercado Corretora, que lembrou que alguns supermercados gaúchos precisaram inclusive limitar as vendas.

 

Porém, a indústria seguiu trabalhando durante a pandemia e conseguiu cumprir com o compromisso de abastecer os supermercados, mas os preços não cederam. Ao mesmo tempo, Giuliano explica que houve uma procura maior pelo produto, tanto pelo arroz beneficiado, quanto pelo arroz em casca, impulsionando as exportações do Brasil entre abril e julho. Durante este período, o país embarcou mais de 1 milhão de toneladas do produto e importou 490 mil toneladas, especialmente de países como Guiana, Paraguai e Uruguai.

 

O último indicador da Bolsa Brasileira de Mercadorias apontou o preço de R$ 105,00 para a saca de arroz de 60 kg em Uruguaiana (RS) após o fechamento de quinta-feira (3), hoje, sexta-feira, os valores estã ainda maiores, em R$ 108,00 a saca, segundo corretoras. O valor histórico para o preço da saca representa uma alta acima de 57% para o produto no acumulado de 30 dias. Em Camaquã, também no Rio Grande do Sul, a alta no acumulado mensal é de 64%. Em abril, as cotações rondavam os R$60,00 a saca. “Teve casos, alguns dias atrás do valor da saca subir R$ 2,00 por dia”, ressaltou o corretor que destacou que o arroz importado tem qualidade menor do produto nacional.

 

E os altos patamares não devem parar por aí. “Nos próximos dias deve haver um aumento ao consumidor porque hoje a indústria trabalha com pagamento praticamente à vista ao produtor e vende com pagamento a 45 dias para o supermercado”, alerta o corretor. Segundo ele, depois do dia 10 deste mês o preço no supermercado pode passar de R$ 25,00 (5kg) para o consumidor. 

 

No segundo trimestre de 2020, os preços do arroz para o consumidor ficaram 15% mais caros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que acabou contribuindo para aceleração de alta no grupo de alimentos e bebidas que compõem a inflação oficial do país. O comportamento se repete em outros produtos, como milho, trigo, soja.

 

Confira as cotações agrícolas atualizadas no Indicador BBM

 

Foto: Viasoft

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