Nas últimas semanas, o mercado do café se manteve com fortes altas no mercado global. A justificativa dessa força, segundo Mellão Martini Negócios em Café, associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), se deve a alguns fatores que vem do Vietnã e de outras origens no caso do robusta. “A seca afetou as lavouras nestas origens e fez os preços dispararem em Londres ‘levando junto’ o arábica em Nova Iorque”. Detalhou a trade Maria Fernanda Martini.
No Brasil, o mercado interno e as travas de preços - com vendas futuras para 2024/2025/2026 - acompanharam as altas das Bolsas com bom volume negociado. Com a valorização, surgem as especulações sobre o comportamento da commodity no médio prazo. “Ninguém sabe como o mercado vai reagir, temos a entrada da safra brasileira de conilon e arábica e temos o inverno chegando, já já começam as especulações”, comentou Maria Fernanda. "Quem vai determinar para onde vai o mercado serão essas variáveis somadas à posição dos fundos que, na última sexta-feira dia (19), estavam com 53.433 lotes comprados em Nova Iorque, ou seja, mais de 15 milhões de sacas”, completou.
A dica da Mellão Martini, que opera o mercado do café há 25 anos, época em que se afiliou à BBM, é atenção. “O que sempre orientamos aos produtores é que eles façam uma média de preços fracionando suas vendas e que tentem ir travando os custos de produção para defender suas margens de lucro”, orientou a trade.
No Indicador BBM, as cotações do café apresentam alta de até 37% no acumulado de 30 dias, mas com quedas na semana. Caso de Franca, interior de São Paulo, onde o valor médio para a saca de 60kg do arábica aparece em R$ 1.230,00 considerando o preço pago ao produtor rural no mercado físico disponível no final da terça-feira (23). Confira aqui as cotações em todas as regiões
Cenário oposto para o feijão
Enquanto as cotações do café disparam dentro e fora do Brasil, o preço do feijão despencou nos últimos meses. O feijão preto em Primavera do Leste (MT), segundo o indicador BBM, recua quase 12% no acumulado de 30 dias. Na região, a saca de 60kg é negociada pelo valor médio de R$ 260,00.
“Para o feijão-preto há tendência de mais alguma queda ainda no mês de abril e maio, já o carioca deve ficar estável”, previu Marcelo Lüders, sócio da Correpar Corretora, também associada à BBM. A expectativa é que a produção seja de 235 mil toneladas a mais este ano frente ao ano passado.
A Bolsa Brasileira de Mercadorias
Introdução e Resumo da Política de Privacidade da Bolsa