Com as instabilidades econômicas e os eventos climáticos respingando nas commodities agrícolas, como no caso do café, o produtor precisa estar preparado para as oscilações no mercado. É nisso que acredita Fernando Mellão Martini, sócio da Mellão Martini, corretora paulista associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias, com mais de 30 anos de experiência no setor. "No ano passado, por exemplo, nós tivemos uma seca e depois uma geada e, com isso, chegamos a patamares de preços nunca antes vistos, atingindo até R$ 1.800 a saca", resumiu.
Em 2021, o café teve boa recuperação de preços não só no Brasil, mas no contexto mundial como um todo em consequência da baixa oferta do produto e, por isso, os valores chegaram a patamares históricos, mas é difícil saber se eles se manterão assim por muito tempo, inclusive, por aqui, o cenário é de queda nas cotações mensais. "O produtor precisa fazer as contas para aproveitar melhor o mercado. A gente não sente que o mercado possa ficar nesses níveis por muito tempo porque a safra está chegando. O cafeicultor precisa ponderar e fazer média de venda. Se você faz média de venda, você acaba errando menos, então o que a gente tem feito é fracionar os lotes", aconselhou o corretor.
De acordo com o Indicador de Preços da Bolsa Brasileira de Mercadorias, a cotação do café arábica no estado de Minas Gerais, por exemplo, grande produtor nacional, está custando hoje entre R$ 1.175,00 no munucípio de Manhuaçu, onde há uma queda mensal de 8,20% e R$ 1.240,00 a saca de 60 quilos em Patrocínio, com queda de 3% no acumulado dos últimos 30 dias.
Em Franca, interior de São Paulo, a saca recua 4,76% no acumulado do mês e o preço está em R$ 1.200,00. No Oeste da Bahia, a saca de 60 quilos do café tipo arábica recuou 2,57% no acumulado dos últimos 30 dias e está custando, em média, R$ 1.215,00.
Confira aqui as cotações atualizadas
A tendência natural é que a entrada da safra no Brasil pressione os preços, como ocorre todos os anos, mas o corretor pondera. "Em contrapartida, tem o frio, então o produtor tem que ficar bem atento nesses próximos dois ou três meses e ir dosando suas vendas", ressaltou Mellão. O café também sofre com a alta elevada nos custos de produção, por isso, segundo ele, a gestão deve ser feita com cautela.
A Bolsa Brasileira de Mercadorias
Introdução e Resumo da Política de Privacidade da Bolsa