Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno realiza última reunião do ano

A Bolsa foi representada por Christiano Erhart da Corretora Renato
Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM
05/12/2019 | 96

Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno realiza última reunião do ano

A Bolsa foi representada por Christiano Erhart da Corretora Renato
Por Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM
05/12/2019 | 96

Na última semana, foi realizada a reunião de fechamento de ano da Câmera Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno em Brasília (DF). A reunião anterior, havia sido realizada durante a Expointer em Esteio (RS) durante o mês de setembro, por isso, a abertura do encontro apresentou um resumo com as últimas atualizações da cadeia tritícola, conduzido pelo presidente reeleito da Câmara, Hamilton Jardim, que seguirá no comando do grupo até 2022.

 

Confira o cronograma com as reuniões da Câmara agendadas para o próximo ano:  

 

17/03/2020 - Brasília

19/08/2020 - Brasília

17/11/2020 - Brasília

 

O corretor de mercadorias, Christiano Erhart, sócio da Corretora Renato, representou a Bolsa Brasileira de Mercadorias na reunião, na qual, também foram anunciados os novos membros da Câmara.  Devido a mudanças nas normas do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), todas as Câmaras, além de possuírem um presidente e um secretário, são obrigadas a ter um consultor técnico, escolhido durante o encontro.

 

Tendências de mercado

 

Entre os assuntos discutidos no encontro, estiveram em pauta as tendências do mercado de trigo em apresentação realizada por Flavia Starling, analista da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Flavia incluiu na apresentação números nacionais e internacionais do mercado do trigo.

 

No Brasil, a área plantada aumentou 1,4% em relação à safra anterior. Enquanto isso, a produção mundial foi de 768 milhões de toneladas, com um aumento de 4,87%. Já o consumo mundial subiu 2,1% em 2019, chegando a 751 mi/ton. Em relação aos estoques, o número apresentado foi de 288,2 mi/ton, com aumento de 4,8%, representando a maior relação histórica de estoque/consumo, na casa dos 38,4%.

 

Em novembro, houve uma valorização de 8,9% no preço internacional do trigo, dentre os fatores de alta, foram apontados: a lenta evolução da colheita de trigo de primavera dos EUA, a valorização dos preços da soja e milho e dos já conhecidos problemas climáticos nos principais players do mercado.

 

Veja abaixo o quadro com as informações da área plantada, produtividade e produção no Brasil apresentado na reunião:

 

Fonte: Conab

 

Confira o panorama da colheita nacional até o dia da reunião:

 

Paraná

 

O Estado tem 95% da área colhida, 14% em médias condições e 86% em condições boas.

Fases: 5% em frutificação e 95% em maturação (Deral em 11/11/2019).

Previsão de encerramento da colheita: novembro.

 

Em relação à safra do Paraná o comentário foi referente a grande quebra da produção que foi decisiva no aumento dos preços praticados no país, com uma estimativa de redução na casa dos 1,2 milhões de toneladas do número inicial de 3,4 de milhões caindo para 2,1 milhões. Na safra paranaense houve uma perda de 20,5% do previsto anteriormente. O clima foi responsável pela perda de qualidade e quantidade do cereal. As estimativas apontam queda de 1.200.000 toneladas no Estado.  Esta redução na safra paranaense obrigou os moinhos a buscarem a matéria prima em outras regiões, como no Rio Grande do Sul (500 mil/ton), no Paraguai (300 mil/ton) e, na Argentina (500 mil/ton).

 

Rio Grande do Sul

 

No Rio Grande do Sul, 80% do trigo já foi colhido.

Remanescente: 2% em fase de enchimento de grão

Fase de maturação: 18%   (Emater -RS em 14/11/2019).

Previsão de encerramento da colheita: no início de dezembro.

 

Representando a Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs), o presidente da entidade, Vicente Barbiero, comentou sobre a safra de trigo no Rio Grande do Sul. Segundo Barbiero, no início do plantio, a estimativa de área rondava os 720 mil hectares com expectativa de produtividade de 3 mil quilos por hectare. Pelo primeiro ano, foi observado o resultado da segregação do plantio, com resultados na casa dos 320/370 W , chegando à qualidade do trigo paranaense.

 

Quanto ao tamanho da safra, apresentou-se a estimativa de 2,1 a 2,2 milhões de toneladas, números próximos aos da estimativa da Conab. A comercialização foi de 350 mil toneladas para fora do estado e, em torno de 150 mil para exportação. Para sementes, houve um aumento para 120 mil toneladas, totalizando 620 mil toneladas, com um consumo estadual de 1,1 milhão de toneladas, sobrando 300 mil toneladas para comercializar para fora do estado. A expectativa é de manutenção de preços nos atuais patamares.

 

Brasil

 

Nacionalmente, já foi colhido 90% do trigo plantado.

 

Santa Catarina

 

No estado de Santa Catarina, a previsão é de uma safra de 150 mil/ton e há comentários de que as lavouras estão com boa qualidade. Já no Rio Grande do Sul, foram observadas lavouras de excelente qualidade, porém, infelizmente, no último mês da safra, as precipitações foram intensas reduzindo a qualidade em regiões onde o trigo ainda não havia sido colhido. Com isso, houve redução nas estimativas de produção. Num primeiro momento, a produção gaúcha estava estimada em 2,4 milhões de toneladas para o Estado do RS. Após as chuvas, esta estimativa foi para 2,2 milhões.

 

São Paulo

 

Quanto ao mercado no estado de São Paulo foi comentado que o valor pago aos produtores está na casa de R$ 870,00 posto nos moinhos e a produção se resume a poucos produtores.

 

O representante do Sinditrigo de São Paulo, Edson Stein, relatou que na semana anterior à reunião, houve um encontro da Câmara Setorial Estadual e o consenso foi de que a produção de São Paulo foi de 240 mil tons. Stein também relatou que o mercado teve uma alta de 5% nos preços na última semana, causada por forte demanda dos moinhos paranaenses, também comentou que os preços do trigo no Brasil serão sustentados nestes patamares pelo câmbio, pois o Brasil tem forte dependência das importações. Quanto aos preços praticados, o Sinditrigo informou que estão no patamar de R$ 870,00 no interior paulista desde o início da safra.

 

Com o atual ajuste nos preços e novas tendências de alta, o entendimento da câmara foi que no momento não há a necessidade da intervenção da Conab no mercado.

 

Micotoxinas

 

As micotoxinas foram o assunto abordado por Vitor Antunes, representando indústrias de cevada. Antunes relatou que, de um lote de 10 mil/ton adquiridos pela empresa Ambev, só foi possível aproveitar 4 mil/ton, pois os níves de micotoxina estavam elevados nas 6 mil/ton restantes.

 

Já Jefferson Costa, pesquisador da Embrapa, informou que a entidade está realizando um trabalho especifico para criação de cultivares de cevada mais resistentes às bactérias e fungos causadores da micotoxina.

 

Por fim, Luis Carlos Caetano fez uma apresentação sobre uma ampla pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) e informou que o estudo está sendo levado para a Anvisa para uma ampliação na tolerância, passando dos atuais 100 pts para 1500 pts como é hoje nos países da União Europeia.

 

Acesse aqui todas as apresentações 

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