Terminou no último fim de semana o cronograma de aulas da primeira turma da Brazilian Cotton School, iniciativa conjunta entre as principais entidades ligadas ao setor, como a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Foram 20 dias intensos de conhecimento e troca de experiências com aulas 100% presenciais para 35 alunos de diferentes partes do país e com distintas atuações no segmento. As mais de 120 horas de curso foram ministradas por profissionais diretamente ligados à cadeia produtiva e têxtil do algodão brasileiro e ao mercado nacional e internacional.
Aulas na sede da Abrapa em Brasília
As aulas da primeira turma tiveram início em Brasília, na sede da Abrapa e, na segunda semana, as classes foram conduzidas em São Paulo, capital. Além dos conteúdos em sala de aula, o cronograma do curso incluiu visitas a fazendas produtoras, ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) e ao Porto de Santos, promovendo-se assim ampla noção de toda cadeia que envolve a pluma natural. “A turma pôde viver experiências bem interessantes e sentimos que todos os objetivos do curso foram cumpridos. Tivemos também muitas conversas em grupo sobre como trabalhar para melhorar o futuro do mercado do algodão”, resumiu Marcelo Escorel, diretor da Brazilian Cotton School.
Karen Marcondes, gerente comercial de Agronegócio da Exalog Logística, decidiu fazer o curso em função do interesse que tinha em entender e aprender sobre os processos de toda cadeia do algodão. A profissional saiu satisfeita. “Gostei muito da didática e do cuidado com os detalhes em cada módulo com uma sequência cronológica, desde a história do algodão, plantio, noções de agronomia, manejo de solo e lavoura, até o beneficiamento, comercialização no mercado físico e futuro, além de toda logística do transporte e entrega da fibra no destino final”, explanou. No ano passado, a gerente comercial já havia sido aluna do Complete Cotton em Liverpool, na Inglaterra. “Posso afirmar que a complexidade e o foco no mercado nacional da Brazilian Cotton School elevaram meu conhecimento para outro patamar”, concluiu.
35 alunos participaram da 1ª turma
O contexto histórico do algodão foi abordado em conjunto pela jornalista Catarina Guedes e por Jonas Nobre, membro do Conselho da BBM. “Mostramos como o país foi se comportando ao longo das décadas passando pelo período colonial, abertura das fábricas no século XIX, fundação da Bolsa de Mercadorias em São Paulo (BMSP), da sua fusão com a BM&F e, logo depois, da formação da BBM. Lembramos do período das décadas de 60 a 70 e, depois, da 'virada' do algodão, quando ele foi para o Cerrado, isso fez com que, em 94, o BR que era um dos dois maiores importadores de algodão do mundo, se tornasse o maior produtor e o segundo maior exportador global em 30 anos”, enfatizou Nobre. A expectativa dos organizadores é que os alunos formados se tornem embaixadores da fibra natural brasileira. “É importante formarmos novos talentos para que eles reponham a força do trabalho que começou essa virada no algodão na década de 90 e que precisa seguir”, incrementou.
Visita à Fazenda Pamplona em Goiás
Para Leandro Lemos, que atua na cadeia da cotonicultura como gerente de Suprimentos e Logística da TBM Têxti - fiação com fábricas em Fortaleza (CE) e Rondonópolis (MT) -, e que também fez parte da primeira turma, a Cotton School representou uma oportunidade de aprender mais sobre a cultura do algodão. “O algodão é a matéria-prima mais importante da nossa indústria e ter mais conhecimento desse universo vai me ajudar a tomar decisões mais assertivas que afetem positivamente o nosso negócio", explanou. Lemos ficou impressionado com a visita à Fazenda Pamplona de propriedade da SLC Agrícola em Cristalina (GO). A fazenda com mais de 18 mil hectares é uma das maiores responsáveis pelo cultivo da pluma no país. “Eu não tinha noção da grandiosidade e do quão estruturada é uma fazenda de algodão", cometou. As aulas sobre mercado futuro também fizeram sucesso entre a turma. “Entender mais sobre hedge possibilita que eu possa me proteger da volatidade do mercado e garantir a melhor compra no melhor momento”, completou Lemos.
A data da próxima turma deve ser anunciada até o fim do mês de abril. Saiba mais em: braziliancottonschool.com.br
A Bolsa Brasileira de Mercadorias
Introdução e Resumo da Política de Privacidade da Bolsa