Depois de um período de lentidão, comum no final de ano, o mercado do algodão brasileiro começa a ensaiar uma recuperação no ritmo de compras. “Os negócios estão iniciando uma retomada após o período das festas, porém, ainda estamos sentindo a demanda um pouco fraca e, por outro lado, as ideias de preços entre compradores e vendedores aparecem um pouco distantes. Estamos vendo alguns negócios no spot principalmente no mercado doméstico e para o externo principalmente para safra 2023/2024”, relata João Paulo Lefèvre, presidente do Conselho de Administração da Bolsa Brasileira de Mercadorias e sócio da Lefèvre Corretora.
Para este ano, as perspectivas para a pluma brasileira estão otimistas. É esperada uma produção próxima de 3 milhões de toneladas, das quais, pelo menos metade já está comprometida, segundo Lefèvre. “Isso ainda nos dá boas possibilidades de negócios para 2023 com a pluma”, comenta. Porém, segundo ele, o que não dá para estimar é quanto do produto da safra anterior ainda está disponível em estoque para ser comercializado.
Recentemente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o relatório de janeiro de oferta e demanda mundial de algodão para a safra 22/23, apontando uma produção global de algodão em 115,4 milhões de fardos. Na safra anterior, a produção global ficou em 111,49 milhões de fardos. O Brasil é um dos maiores produtores de algodão no mundo. Por aqui, os trabalhos do plantio da safra 2022/2023 começaram em novembro e os prognósticos são de uma produção de 3,1 milhões de toneladas, alta de 27% ante os anteriores 2,5 mi, segundo projeções da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Em termos de volume, o mercado doméstico deve ser responsável por comprar aproximadamente 700 mi/ton do produto nacional, enquanto as vendas externas devem ficar em torno de 2,3 mi/ton. Muitos desses negócios passam pela Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). “Nossos corretores possuem larga experiência, tanto no mercado doméstico quanto no mercado internacional, tendo uma participação importante no volume de negócios”, constatou Lefèvre. Hoje, 40 corretoras associadas à BBM estão dedicadas a este mercado.
Outra contribuição da BBM à cotonicultura nacional e internacional é o Sistema de Informações de Negócios com Algodão em Pluma (Sinap) que oferece dados concisos do mercado da pluma a todos os agentes da cadeia. “Quanto maior a quantidade de informações lançadas no Sinap, maior será a precisão das estatísticas do mercado, possibilitando uma melhor análise para as tomadas de decisão. Isso, sem mencionar a possibilidade do registro dos contratos no Sinap, caso seja necessário instaurar um Juízo Arbitral no negócio”, finalizou o presidente da BBM.
Confira aqui as cotações atualizadas do algodão no Indicador BBM
A Bolsa Brasileira de Mercadorias
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